segunda-feira, 19 de julho de 2010

Maria Dinorah Luz do Prado

Maria Dinorah Luz do Prado nasceu em Porto Alegre em 13 de maio de 1925. Filha de Antônio Luz e Adylles Dinorah Britto Luz. Aos três anos de idade mudou-se para Colônia de São Pedro. Em 1931 a família foi para Torres, e permaneceu lá até 1936. Quando Maria Dinorah contava com 11 anos, foi morar em Gravataí. Foi nessa cidade que apareceu o jovem médico Dr. Luiz Bastos do Prado e logo o romance iniciou. Casaram-se em Gravataí, em 1943. Tiveram quatro filhos: Luiz Carlos Prado (1945); Luiz Alberto Prado (1947); Maria Luiza Luz do Prado (1949); e Carmen Sílvia Luz do Prado, hoje Carmen Sílvia Prado Nogueira (1958).

O esposo de Maria Dinorah faleceu no dia 31 de março de 1964, acometido de câncer. Os filhos eram ainda muito pequenos. A família mudou-se para Porto Alegre em 1966.

Maria Dinorah foi professora, diplomada em Pedagogia pela Faculdade Portoalegrense de Filosofia, Ciências e Letras, em 1967. Realizou curso de Pós-graduação em Licenciatura da Língua Portuguesa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Aprofundou seus estudos em literatura infantil e escreveu a dissertação “A Literatura Infantil de Erico Veríssimo”.

Apreciava imensamente a leitura e teve influências de Antônio Nobre (poeta clássico português), onde se inspirou e aprendeu a “sonetar”. Mantinha contato com Mário Quintana, Cecília Meireles (que a considerava grande amiga), Erico Veríssimo, entre outros.

Seu primeiro livro, Alvorecer, foi publicado em 1944. Nesse mesmo ano publicou o primeiro artigo jornalístico, no periódico de São Leopoldo. Desde então, colaborou para o Correio do Povo, Folha da Tarde, Diário de Notícias e Jornal do Comércio, onde era a responsável pela página infantil “COM MERCINHO”.

De 1965 a 1989 trabalhou como professora alfabetizadora na Escola Diogo de Souza em Porto Alegre. Foi também professora de Português na Escola Agrícola de Cachoeirinha.

Em 1973 dedicou-se com afinco à literatura e publicou a coleção infantil Pirulin. Seu trabalho de professora de português alfabetizadora continuou até 1989. Nesse ano assumiu o cargo de Coordenadora do Setor de Promoções Culturais da Secretaria de Educação do Estado. Nos anos de 1988 e 1989 foi organizadora e apresentadora do Programa Viva o Livro, da rádio Feplan/RBS, em que comentava a produção de Literatura Infantil no país.

A escritora Maria Dinorah se tornou conhecida na Literatura Infantil, apesar de ter também produzido poemas e contos adultos. Publicou mais de cem (100) livros de histórias e poemas essencialmente infantis, os quais são ricamente ilustrados. Grande parte dessa obra constitui material didático de muitas escolas, e também grande parte é dramatizado, conforme consta nos documentos do acervo.

No seu percurso de divulgadora da literatura infantil, recebeu várias homenagens, títulos e prêmios, como o Prêmio Guararapes, da União Brasileira de Escritores/SP, pelas obras A Fábrica das Gaiolas; Solidão e Mel; e Uma e Uma (1984). Em 1989 foi a primeira mulher homenageada pela Câmara Riograndense do Livro, por ocasião da XXXV Feira do Livro de Porto Alegre. Em 1992, recebeu os prêmios Jorge de Lima e o Jabuti (ABL) pelo livro Geometria de sombra. Além dos prêmios, ainda recebeu láureas e homenagens ao longo dos 50 anos de atividades. Dentre elas, destacam-se: Associação de Críticos de Arte, Fundação Nacional Livro Infantil e Juvenil, Instituto Piaget (Lisboa), Libro de Family (feira de Bolonha, Itália).

Maria Dinorah participou de inúmeros eventos promovidos por escolas, e mantinha contato direto com os pequenos leitores. Aposentada da educação, fez em média de 30 a 40 palestras, encontros, cursos ou oficinas por ano, tanto no Rio Grande do Sul, como em outros Estados, Argentina e Uruguai. Recebia convites das mais variadas entidades culturais e educacionais.

Maria Dinorah não pode ser comparada a nenhum outro escritor infanto-juvenil do Estado. Em 9 de novembro de 1985 a pequena biblioteca, localizada no Parque Moinhos de Vento (Parcão) recebeu o nome de Biblioteca Ecológica Infantil Maria Dinorah. O acervo consta de 1.800 livros didáticos e de educação ambiental.

Maria Dinorah faleceu em 15 de dezembro de 2007.


FONTE: http://www.pucrs.br/delfos/?p=prado

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