Os fungos (Fungi) são um vasto grupo de organismos heterotróficos classificados como um reino pertencente ao Domínio Eukaryota. Estão incluídos neste grupo organismos de dimensões consideráveis, como os cogumelos, mas também muitas formas microscópicas, como bolores e leveduras. Foram já descritas cerca de 70.000 espécies, mas talvez existam até 1,5 milhões de espécies, sendo que a maioria ainda está a ser identificada e descrita pelos micologistas (Hawksworth, 1991; Hawksworth et al., 1995).
O Reino Fungi sofreu mudanças substanciais no arranjo dos vários filos nas últimas décadas, especialmente a partir do momento em que técnicas para comparar características bioquímicas (tais como RNA ribossômico e DNA) se foram tornando mais sofisticadas. A filogenia apresentada aqui segue a de Bruns et al. (1991, 1993) para os Eumycota' (fungos verdadeiros) e reconhece quatro divisões: os Chytridiomycota, Zygomycota, Ascomycota e Basidiomycota.
Os fungos ocorrem em todos os ambientes do planeta e incluem importantes decompositores e parasitas. Fungos parasitas infectam animais, incluindo humanos, outros mamíferos, pássaros e insectos, com resultados variando de uma suave comichão à morte. Outros fungos parasitas infectam plantas, causando doenças como o apodrecimento de troncos e aumentando o risco de queda das árvores. A grande maioria das plantas vasculares têm associações simbióticas com fungos, a nível da raiz, ao que se dá o nome de micorrizas. Esta associação ajuda as raízes na absorção de água e nutrientes.
Alguns fungos, tais como: Shiitake, Porto Bello, Champignon, shimeji, Maitake e Mexican Corn Smut, são utilizados como alimento; outros são extremamente venenosos.
Nutrição e ecologia
Os fungos são heterotróficos, obtêm sua energia pela ruptura de moléculas orgânicas, e não podem sintetizar moléculas orgânicas a partir de moléculas inorgânicas como as plantas fazem. Eles alimentam-se pela secreção de exoenzimas no substrato ao redor. Estes fragmentos moleculares ou mais precisamente exoenzimas funcionam como as enzimas digestivas dos animais, rompendo moléculas orgânicas grandes, porém funcionam do lado de fora do organismo. Os fragmentos moléculares (exoenzimas) são então absorvidos pelas células fúngicas.
Os fungos ocupam dois nichos ecológicos, o de decompositores ou saprófitas e o de parasitas. A única diferença entre decompositores e fungos parasitas é que este último desenvolve-se em organismos vivos, enquanto o outro, desenvolve-se em organismos mortos. Muitos fungos decompositores vivem como micorrizas, em relações simbióticas com plantas. Alguns dos fungos decompositores também são considerados "parasitas facultativos", crescendo em organismos enfraquecidos ou agonizantes. Entre os fungos predadores existem espécies que são insectívoras ou helmintívoras (comedoras de vermes,especialmente nematódeos). As espécies insectívoras produzem substâncias pegajosas que prendem insetos, enquanto os fungos helmintívoros produzem substâncias que drogam e imobilizam os nematódeos, sendo então consumidos.
Alguns fungos, usualmente ascomycetes, vivem como líquens. Um líquen é uma relação simbiótica muito estreita entre um fungo e um organismo fotosintético, usualmente uma cianobactéria ou uma alga verde. Um líquen comporta-se de forma tão semelhante a um organismo único que são classificados em géneros e espécies.
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